Autopoeta

Sobre o Movimento Feminista

Sobre Movimento Feminista, publicado no Facebook, 30 de setembro de 2013

Em que medida o movimento feminista se expressa em um tom rancoroso e maniqueísta (homem/mal e mulher/bem)?

O movimento feminista tem como objetivo participar da criação de uma cultura em que homens e mulheres se integram em uma nova lógica de parceria, em um estado de equiíbrio e respeito mútuo?

Ou luta para criar uma cultura em que as mulheres assumem o lugar que outrora foi dos homens e querem castigá-los pelos séculos de opressão e maus-tratos?

Eu, como homem feminista, amante e admirador das mulheres, sinto-me às vezes lidando com um machismo às avessas.

Alguns dirão que é algo normal, como o efeito da mola que visita as extremidades opostas antes de encontrar o equilíbrio do caminho do meio.

Oxalá seja assim, pois, uma reação efêmera.

E que não precisemos esperar outras gerações para criar uma nova cultura de amor e saúde entre homens e mulheres.

Comentários:

El feminismo es tan negativo como el machismo…necesitamos recuperar lo femenino y masculino naturales…tenemos igualdad de derechos, equidad…eso si debe respetado pero sin olvidar que somos diferentes mujeres y hombres…y esas diferencias nos hacen complementarios. (Claudia Peluffo Navarro)

Pois é… Dialética dos extremos. Mas por isso se diferencia (embora nem sempre) entre feminismo e femismo – sendo o último o tal machismo às avessas. (Bruno Andante)

HUmmm…penso ser mais do que natural existir esse rancor entranhado em nosso inconsciente coletivo feminino… sim, foram anos de agressão e repressão e não, não acabou ainda! Nós mulheres, ainda andamos na rua muitas vezes tensas e com medo. Tensas com assédios dos mais carinhosos aos mais agressivos e invasivos. Com medo de ser agredida ou violentada por algum homem ao passar por uma rua escura ou um bairro menos seguro. Isso eu falo porque vivo e sinto isso! Eu, mulher, não me sinto à vontade para sair sozinha para certos lugares como gostaria. Tenho sempre que ter uma amiga junto ou amigo/namorado. E tem lugares que nem só com amigas podemos ir…Que dirá viajar sozinha ou ter experiências de aventura…Tbm tem o velho medo por ser mulher! Enfim, ainda vivemos com medo e mesmo que este seja menor do que em outros tempos, esse medo ainda nos acompanha. O desrespeito, a desvalorização. Não quero entrar em outros assuntos como maternidade ou aborto, mas a verdade é que ainda vivemos em desigualdade. E nada mais do que natural que a briga pela igualdade e pela valorização da mulher tenha entranhada raiva, mágoa, rancor. Claro que podemos e devemos questionar isso, mas enquanto continuarmos vítimas (não em um sentido passivo, claro) dos homens (sim, dos homens! e claro…de mts mulheres machistas…) vamos nos defender disso. E penso que é difícil se defender de algo que te agride no mais puro amor… Não defendo esse rancor (e quero me livrar dele!), só defendo que ele é natural e genuíno. (Niina AR)

Nina, um excelente comentário, muito grato por contribuir nesta reflexão!
É sempre importante estar ciente do grau de violência contra a mulher que ainda existe.
Vejo que você trouxe uma perspectiva pessoal legítima e que condiz com o sentimento de boa parte das mulheres. Há também uma boa parte das mulheres que não desenvolveu o medo de serem agredidas ou violentadas e assim viajam sozinhas e têm experiências de aventura. Não acredito que podemos determinar um padrão hoje.
Lugares perigosos para mulheres são também perigosos para homens. Ruas escuras e bairros menos seguros são palcos de violência que não escolhe o gênero.
Não quero diminuir a legitimidade do seu ponto de vista, mas relativizar para chamar a atenção para um novo tempo que já existe em alguma medida.
Um convite consciente para não mais retroalimentar o medo e o rancor que, embora genuínos, servem de atratores para a perpetuação desses arquétipos que fazem parte do passado.
É tempo de pulsar novos olhares e confiar que quanto menos vibramos as imagens antigas, menor a ressonância em nossas vidas e, consequentemente, menor a chance de nos depararmos com essas velhas energias em nossa experiência concreta.
Homens e mulheres em comunhão, criando o novo e deixando o velho no passado. (Filipe Freitas)

Concordo, Filipe Freitas, que estamos neste importante momento e movimento ainda de transição! Com certeza, devemos compactuar com este e não dificultá-lo! O que eu quis colocar no comentário anterior é o que eu sinto, percebo e vivo! Sei que não é geral, mas percebo que é de muitas esse sentimento! E claro, estou me trabalhando para me desfazer do que percebo estar em mim. Só acho que não podemos dar um passo maior do que a perna nem ver apenas um lado da coisa ou o sonho ou o futuro. Temos que encarar também fatos, que mesmo não sendo algo que se dê para generalizar, existem. Vi numa reportagem outro dia que morre 1 mulher a cada hora e meia… O que pensar sobre isso? (claro que devemos pensar no contexto da reportagem e nas estatísticas de morte do sexo masculino tbm, mas n é disso q falo) Tivemos muitos progressos mas ainda existe muito o que se caminhar. Por um lado, devemos compactuar com o equilíbrio e a integração dos sexos e com as novas formas de se relacionar e de viver, mas por outro devemos olhar para o que ainda é, para os fatos reais. Enfim, levanto aqui reflexões, o ideal é sempre abrir e ampliar a visão e não fechar. Concordo com vc, apenas gosto de levantar outros modos de enxergar a coisa. E acho muito bom homens como você que levantam este questionamento, que tenham esse olhar. Mas como podemos ver, estes são realmente raros. Pq será? (Niina AR)

É urgente que façamos esse muito para conquistar equilibrio, amor, parceria saudavel, iniciando esse processo em cada um, com autoconhecimento, sua própria integração como sujeito inteiro, pois todos homens e mulheres precisam urgentemente de conviver na paz e harmonia, aumentando a curva generosa da compreensão. Mas tudo principia na própria pessoa. Vamos trabalhar minha gente. beijos (Gisele Parreira)

E complemento o pensamento lembrando de que é preciso nomear, dizer, responsabilizar, assumir o lugar das coisas para haver a mudança mesmo. E esse processo de exposição do outro como de alguma forma, um algoz, é também informação para todos aqueles que carregam a história sem resignificá-la. Para haver a mudança é necessário a conscientização e o ato, e essas são duas esferas a se alcançar, que você Filipe Freitas sabe bem como é difícil. Mas pro meu contentamento, considero ser um processo gradativo! (Thais Mol)

Um dos meus professores comentou que nesse ressentimento muitas mulheres optam, com mais ou menos consciência/rancor por se relacionar apenas com o próprio masculino e acabam inibindo toda a capacidade/força da vulnerabilidade feminina. É um tema delicado e com grande défice dos homens. (Luiz Carlos Moris)

Muito pertinente sua colocação Filipe. Minhas reflexões a respeito do movimento feminista são parecidas com as que tenho em relação ao movimento hippie. Ambos foram necessários em sua época. Permitiram que se rompessem barreiras e paradigmas. Devem ser honrados como importantes fatos históricos que permitiram que chegássemos onde chegamos. Hoje a época e as necessidades são outras. Estamos muitos passos a frente. O momento é de recriação e de integração e não de substituição do gênero que sobe ao poder – perpetuado nas mesmas bases. A questão também é semântica. Eu não me auto intitulo feminista. Esta palavra já está carregada de um vício. Sou pelo retorno do feminino e de tudo o que isto abrange: delicadeza, acolhimento, nutrição, escuta, carinho, força, atenção aos detalhes, capacidade de realização de multiplas tarefas simultaneamente e tantas outras características que ainda precisam ser redescobertas. Será que você, ao invés de “homem feminista ” não é um homem feminino? (Elaine Cimino)

Tem uma frase que já virou lugar comum nos espaços de militância: “não confunda a violência do opressor com a reação da oprimida”. Ser não-violenta significa estar já empoderada. Muita agressividade é significado de dor, muita dor. (Silvia Baptista)

Filipe se esse tema te interessa mesmo posso te indicar algumas leituras. cuidado quando critica um movimento de luta de direitos. principalmente quando vc não pode ter dimensão do que é ter nascido e vivido como o oprimido pelo qual esse movimento luta, a mulher. da mesma forma que eu branca nunca vou entender – completamente e na mesma dimensão – o que é ser negra/o (por mais que eu tente). as vezes da nossa posição de privilégio a gente nem consegue perceber o que o outro está querendo dizer. acha exagerado, excessivo, etc. fora que essa ideia equivocada e preconceituosa que “feminismo é machismo as avessas” é uma das mais usadas para deslegitimar a lutas por direitos iguais das mulheres, feita pelos mais toscos reacionários (que eu sei bem que nao é o seu caso). entre muitos texto que conheço gostaria que vc desse uma olhada nesse: http://www.misturaindigesta.com.br/2013/08/traducao-eu-estou-bem.html (Didi Helene)

O feminismo não diz que homem é o “mal” e mulher é o “bem”, mas que vivemos numa sociedade e numa cultura que dá poder e legitimidade para os homens poderem ser o “mal”, se não tomarem cuidado e estarem atentos. vide a violência que sofrem as mulheres realizadas por homens (no Brasil os dados são assustadores), e que apesar do movimento feminista ser antigo (como alguém disse ai) isso está longe de ser ultrapassado. por isso as vezes são necessárias leis que privilegiam mais as mulheres que os homens (como a Maria da Penha), a chamada descriminação positiva (como as cotas para os negros nas universidades) até que essa cultura se transforme de fato e ai sim, podermos fazer uma comunhão de igual para igual. (Didi Helene)

Movimentos são parte do sistema, e cansam alias de sustentar- ufa! para criar uma cultura do amor homens e mulheres tem que se trabalhar muito internamente, e agir do lugar de verdade interna para criar uma rede amorosa, sensivel e vulneravel    Os dois assimm recuperam o feminino e masculino sacrados – no meu ver (Juliana dos Santos)

No movimento de libertar-se da opressão da cultura , tanto ocidental quanto oriental, totalmente machista, fálica, não vejo uma valorização do feminino, mas uma tentativa de ” sobrepujar” o masculino, tornar-se igual, entendimento errado, não é igual, e nenhum dos dois é mais do que o outro, são dois aspectos sagrados , como tantas outras referências que temos no universo dual, e ambos sagrados, para coexistir em equilibrio e harmonia complementares…que Deus e a Deusa nos orientem e abençoem em suas formas! (Mark Prem)

Filipe querido sempre bem ponderado! esses “ismos” todos são um perigo rsrs acho melhor ser feminina resolvida com o masculino que feminista  ideal seria que cada um resolvesse isso dentro de si, seu masculino/feminino…. o dia que a mulher encontra seu masculino dentro de si, e o perdão de tudo o que foi passado, ela se liberta, assume o homem que existe dentro dela, cuida da mulher que ela é, e se torna um ser humano completo, assim como o homem né… senão fica tudo deturpado mesmo…. (Elaine Aramuni)

Movimento feminista me soa patriarcal (Kal Venturi)

Assim falou Mandela quando assumiu o poder. Em uma das vezes onde um dos seus assessores falou “agora chegou a nossa hora”, Madiba disse “Se pensarmos assim, estaremos dando razão a tudo que sempre fizeram. Agora chegou a hora de vivermos todos juntos”. (Eduardo Santos)

O único “ismo” é o universalismo que abrange todas as coisas desse vasto Universo… (João Evangelista Jiivesh)

Grato pelas contribuições, amig@s.
Ao contrário do que o texto sugerido pela Didi Helene sugere, para mim o patriarcado não privilegiou os homens diante das mulheres, mas gerou um estado em que ambos os gêneros foram oprimidos em seus papéis sociais. Considero ingenuidade pensar que o patriarcado trouxe felicidade aos homens e sofrimento às mulheres, bem como considero insensatez atribuir somente aos homens a promoção da violência às mulheres, visto que ambos são frutos deste processo histórico.
Por exemplo, li um texto no “blogueirasfeministas” que dizia o seguinte: “Desde pequenas somos ensinadas a sermos mocinhas, fecharmos as pernas, usarmos vestido e estarmos sempre apresentáveis. As filhas mulheres são criadas de um jeito diferente dos filhos homens. “Homem você solta para o mundo, mulher tem que prender mais”. Já somos criadas para não correr riscos, não ir atrás do que queremos e, a partir disso já começamos a nos perguntar se somos menos capazes de alguma coisa. Depois, a gente cresce um pouquinho e não podemos jamais pensar em sexo, porque isso é coisa de menino.”
Acho um exercício de generalização ingênuo pensar que a promoção desse estado das coisas seja responsabilidade dos homens, visto que as mães são as primeiras a privar as meninas de sua liberdade. E os homens sofrem com questões semelhantes às avessas, como ter que se soltar no mundo, ter que ser comedor, etc.
Misoginia existe, bem como existe a misandria.
Não acredito que seja alimentando a cisão entre homens e mulheres que chegaremos a um estado das coisas harmonioso e integrado. Fica o convite a complexificar o pensamento, ampliar o alcance das abordagens, relativizando as condições estereotipadas dos homens e mulheres.
Entendo que eu nunca vá sentir na pele a misoginia e a violência de parte dos homens contra as mulheres, mas eu sinto na pele a misandria e a violência de parte das mulheres contra os homens. Nem por isso me sinto vítima, ao contrário, desperta em mim um desejo de ser mais ativo na criação de uma nova cultura em que estes arquétipos violentos se tornem coisa do passado.
Não estou fazendo uma crítica pura ao movimento feminista, inclusive me intitulei como feminista. Tive o cuidado de trazer perguntas ao invés de afirmar meus pontos de vista.
No caso do meu sentimento de, às vezes, lidar com o machismo às avessas, este sim eu expus afirmativamente, pois é um sentimento real e que já investiguei profundamente, tomando por conclusão pessoal que parte do movimento feminista age de maneira dicotômica, embebido de rancor e medo.
Nem por isso acho que o movimento feminista não tem sua razão de ser, mas acredito que esse posicionamento se faz contraproducente e alimenta o conflito ao invés de gerar uma nova cultura integradora.
Sigamos nesta frutífera troca de sentimentos. Vejo que este post criou um ambiente bastante enriquecido para ampliarmos nossas visões na construção de uma cultura de paz e integração, objetivo que pressinto seja partilhado por tod@s que aqui opinaram. (Filipe Freitas)

Sempre me questiono isso e também sinto esse rancor escondido (Camila Carvalho)

Vivemos numa sociedade onde a opressão é uma mola mestra. Oprime-se a humanidade dentro de cada ser e com a exploração psíco-econômica tendendo a ser o “modus-operandis” do sistema, quando há uma percepção equivocada de identificação de que o homem oprime a mulher a tendência é de uma reação também equivocada de atitude anti-masculina deveras desequilibrada de onde a verdadeira percepção não se contempla repetindo-se modelos de comportamentos que não trazem luz à correção da visão permanecendo o sistema opressor da mesma maneira. Para que possamos corrigir essas distorções cabe o humano vivenciar seu dharma existencial de iluminar seu caminho com a prática da sadhana que “ao se completar” o humano ascende sua “divindade” identificando o outro como parte e complemento dessa imensa Vastidão. (João Evangelista Carvalho)

“Óbvio que todos os homens não odeiam mulheres. Mas todos os homens devem saber que são beneficiados pelo sexismo” “Entretanto, ainda é difícil falar com os homens sobre sexismo sem encontrar uma parede de defensivas e tons de hostilidade, até mesmo violência. Raiva é uma resposta totalmente adequada ao aprender que se está implicado em um sistema que oprime mulheres —- mas a solução não é direcionar essa raiva de volta as mulheres. A solução não é encerrar o debate nos acusando de “sexismo ao contrário”, como se isso de alguma forma fosse equilibrar o problema e impedir você de se sentir tão desconfortável.” http://blogueirasfeministas.com/2013/10/obvio-que-todos-os-homens-nao-odeiam-mulheres-mas-todos-os-homens-devem-saber-que-sao-beneficiados-pelo-sexismo/ (Didi Helene)

Ótima essa troca!
Unidade+ integração+ honrar o passado e aceitá-lo para reconstruirmos uma nova forma de nos relacionarmos, mais inteira de ambos os lados.
Conflito: briga de egos,quem sabe mais,não leva a Nada.
Atrito: gera o NOVO. (Silvia Alfarth)

Didi, querida, enquanto houver a crença de que os homens se beneficiam com o sexismo, o feminismo seguirá combatendo o antigo ao invés de criar o novo. Se prefere acreditar que o patriarcado e a cultura machista são boas para os homens, manterá sua postura de fragmentação e ataque.
Enfim… como muit@s disseram em comentários anteriores, a busca agora é por encontrar o equilíbrio entre o masculino e o feminino que habitam cada coração.
Independente se o corpo tem um pênis ou uma vagina, importa mais agora a forma como este corpo age no mundo. Existem homens machistas, mulheres machistas, homens feministas, mulheres feministas, homens femininos, mulheres masculinas, homens indiferentes, mulheres indiferentes, existem inclusive homens em corpos de mulheres e mulheres em corpos de homens.
Direcionar indiferenciadamente aos homens do presente a raiva e o rancor histórico acerca do patriarcado e do machismo é abordar o fenômeno de uma maneira simplista, muitas vezes ingênua e muitas vezes injusta. O que se faz é perpetuar a cisão histórica e, do meu ponto de vista, não contribui para a nossa evolução como espécie.
Deixo expresso aqui meu apoio e admiração a todas as mulheres e homens, feministas ou não, que se movem na direção de uma nova configuração social de amor e parceria, reverenciando a beleza sagrada dos pólos arquetípicos masculino e feminino, estejam eles vicejando em um corpo de homem ou em um corpo de mulher. (Filipe Freitas)

Sensacional ver um debate tão rico e importante como esse aqui nessa rede. Acho que se nós mulheres fizermos um esforço (não deixa de ser difícil) e tentarmos olhar para os homens de um outro ângulo, de uma forma menos passional, rancorosa e inflexível, e sim com mais neutralidade, amorosidade e leveza, veremos que para eles também não deve ter sido fácil ter que sustentar ao longo de tantos anos o papel social que lhes foi imposto.. aquele do infalível, do fodão, do invulnerável, que é de ferro… é possível perceber que nos dois polos, tanto o demasiado frágil e incapaz quanto o demasiado forte e poderoso, há em comum o impedimento de poder ser o que se é, o que se quer ser. Esses dois papeis a serem ocupados socialmente, tanto o da mulher quanto o do homem, vêm acompanhados de muita castração e impedimentos… se por um lado a mulher não pode se aventurar e ir pro mundo, por outro o homem não pode fraquejar ou se amedrontar… se a mulher não pode falar de sexo e ser ousada, o homem também não pode falar de seus sentimentos e se permitir chorar… os dois gêneros carregam consigo amarras que sufocam, expectativas e cobranças equivocadas. Tanto os homens quanto as mulheres sentem até hoje as duras consequências de ter que sustentar um papel social que nos obriga a reprimir e deixar na sombra uma parte fundamental de nós mesmos, que uma hora ou outra vêm nos cobrar atenção através de algum impasse que surge em nós. E isso é igualmente doloroso para todos. Concordo que as consequências disso se manifestem de formas diferentes no homem e na mulher, mas isso não significa que para um deles seja mais ou menos pesados seus efeitos. Não sei se é inteligente entrar no mérito de qual desses dois papeis homem/mulher seria mais difícil sustentar.. É melhor não poder ser frágil ou não poder ser forte? Ser ensinado a temer tudo e não poder ser corajoso, ou ter que ser sempre corajoso e não poder temer nada? Acho que não existe uma resposta para isso, nunca vamos saber o que é ser o outro e por isso quando construímos nossa opinião, estamos considerando somente nossa própria vivência, que é única e exclusiva. (Nina Amorim)

Nina, que lindo comentário! Vejo que ele expressa com primor meu sentimento em torno dessa questão, sinto que ele fala por mim também (: Aho, que se difunda esta compreensão e sejamos aliad@s na criação de um novo tempo! (Filipe Freitas)

Aho Filipe! Fico feliz! Na prática não é tão fácil mas com certeza também não é impossível 😉 (Nina Amorim)

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