O PRINCÍPIO DA AUTORREGULAÇÃO

Water Lilies, 2013 – http://ryanmcginley.com/
ˆˆˆˆˆˆˆ
Autorregulação é aqui compreendida como o conjunto de reações fisiológicas coordenadas que mantêm o equilíbrio dinâmico do corpo*, engendrando estados de saúde e bem-estar.**
Este princípio dispõe de uma base biológica sólida e praticamente irrefutável. Walter Bradford Cannon, biólogo que cunhou a palavra ‘homeostase’, fala de uma ‘sabedoria do corpo’: “a autorregulação constitui o fato biológico por excelência”.
Wilhelm Reich pode ser considerado o ‘cientista da autorregulação humana’, visto que este princípio é proposto com uma constância excepcional em seu trabalho e ocupa um lugar central em seu pensamento.
Como psicanalista e clínico, Reich aplicou o princípio da autorregulação de maneira concreta, original e eficaz. Nas palavras de seu biógrafo Roger Dadoun:
“O indivíduo, quando consegue prescindir em certa medida das resistências e inibições neuróticas, das pesadas sublimações morais, da angústia sexual, descobre uma capacidade maior para a autonomia, para a realização de equilíbrios dinâmicos, flexíveis, uma melhor regulação de sua existência: no trabalho, no amor, nas relações com os outros; tudo acontece como se o afrouxamento da ‘couraça’ liberasse uma espécie de competência espontânea, uma aptidão para autodeterminar-se, aniquilada, atrofiada ou neutralizada pela influência das instituições sociais e dos modelos culturais”.
Reich dizia: “As energias vitais, em condições naturais, têm uma regulação espontânea. Isso acontece no homem e em todos os outros organismos viventes”.
Para Reich, a autorregulação assegura a circulação energética, a articulação pertinente, os vínculos esclarecedores. ‘Vivente’, ‘vital’, ‘natural’, ‘biológico’, ‘espontâneo’, ‘vegetativo’, são os grandes conceitos que sustentam seu pensamento.
leave a comment